A reserva de emergência é uma garantia que você tem para arcar com suas despesas mesmo se tudo der errado.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais), mais da metade dos brasileiros não possuem reserva de emergência.
Isso demonstra a falta de conhecimento sobre o mercado e de profissionalismo dos investidores.
A reserva de emergência é um recurso necessário para qualquer investidor.
Sem ela, você se expõe demais aos riscos e pode ter que abandonar a operação.
No post de hoje, você saberá mais sobre a reserva de emergência e aprenderá a montar a sua.
O que é a reserva de emergência?
A reserva de emergência é um dinheiro que você separa do seu capital de investimento.
Ela serve para que você consiga arcar com suas despesas em casos de eventualidades.
Isso pode incluir qualquer situação que impeça que você ganhe dinheiro durante determinado período, como problemas de saúde, rendimentos abaixo do esperado ou outros imprevistos.
Ela pode ser interpretada como uma quantia necessária para te ajudar a superar um período difícil.
Todo mundo passará por dificuldades em algum momento da vida. Por isso, é sempre melhor estar preparado.
Por que a reserva de emergência é necessária?
Digamos que, durante 3 meses, você esteja impossibilitado de trabalhar por algum motivo.
Sem trabalhar, você não ganha lucros para poder arcar com suas despesas.
Consequentemente, corre o risco de perder todo o estilo de vida que leva hoje.
Algo ainda pior é cair na armadilha dos empréstimos, que possuem uma taxa de juros astronômica e te colocam em um parcelamento que parece não acabar nunca mais.
Tudo isso pode ser evitado se você tiver uma reserva de emergência.
E quanto devo reservar?
Isso vai depender dos seus gastos mensais. O recomendado é reservar um valor que contemple de 6 a 12 meses de seus gastos.
Obviamente, pode ser difícil fazer a conta se você tiver muitos gastos variáveis.
Entretanto, a reserva deve contemplar somente os gastos essenciais. Aqueles sem os quais você não consegue viver.
São gastos como:
- Moradia;
- Contas de consumo (água, luz e internet);
- Supermercado;
- Combustível/transporte;
- Dívidas que você já contraiu (incluindo cartão de crédito).
Você deverá abrir mão de:
- Novas compras;
- Restaurantes, bares e lanchonetes;
- Viagens a lazer;
- Tudo que for desnecessário para sua sobrevivência.
Digamos que seus gastos mensais somados sejam de R$ 3.000,00. Nesse caso, sua reserva de emergência deve ter entre R$ 18.000,00 e R$ 36.000,00.
Para somar os gastos variáveis, faça uma média dos últimos 6 meses.
Onde investir para montar a reserva de emergência?
Deixar o dinheiro guardado na poupança é a pior escolha possível. Em 2019, ela teve rendimento negativo, perdendo para a inflação.
Existem outros investimentos tão seguros quanto a poupança e mais rentáveis, como você verá a seguir.
Melhor guardar seu dinheiro e ainda fazê-lo crescer do que somente guardar, certo?
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título público de renda fixa emitido pelo Governo Federal.
Na prática, é como se você emprestasse seu dinheiro para o financiamento de áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Em troca, você recebe um rendimento que é igual à própria taxa Selic.
No final de março de 2021, quando este texto foi escrito, a taxa Selic estava em 2,75% ao ano.
A grande vantagem é a liquidez diária. Ou seja, todos os dias os lucros estão na sua conta, e você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento com o prazo de 1 dia útil.
CDB com liquidez diária
O Certificado de Depósitos Bancários com liquidez diária também é uma boa opção.
Ele tem taxas de rentabilidade próximas ou maiores que o CDI (Certificado de Depósitos Interbancários), e a liquidação pode ocorrer no mesmo dia.
Além disso, você conta com um Fundo Garantidor de Crédito. Caso o emissor quebre, você não perde o que investiu.
LCI e LCA com liquidez diária
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa do setor privado.
O princípio de funcionamento e a rentabilidade são semelhantes ao CDB.
A vantagem é a isenção de tributos, que faz com que os rendimentos brutos sejam iguais aos líquidos.
Há ainda os fundos de renda fixa e os fundos DI, que também são boas opções para sua reserva de emergência.
Onde não aplicar o dinheiro da reserva?
Além da poupança, que é literalmente deixar de aproveitar seu dinheiro, fique longe de todo e qualquer investimento de renda variável.
Você não quer PERDER dinheiro, mas sim guardá-lo para caso precise ter a quem recorrer.
Além disso, precisa de liquidez, ou seja, a possibilidade de sacar seu dinheiro assim que precisar.
Por isso, não deixe sua reserva de emergência em ativos que têm prazos de liquidez fixados, como mensal ou trimestral.
As melhores opções são investimentos de renda fixa com liquidez diária.